15/07/2018

UMA ATRIZ QUE MARCOU A HISTÓRIA DA DRAMATURGIA: DINA SFAT



Selva de Pedra. Gabriela. Saramandaia. Os Gigantes. Essas são apenas algumas das novelas nas quais atuou a saudosa atriz Dina Sfat. Se você tem mais de 30 anos, certamente deve se lembrar dela.
Descendente de judeus poloneses, Dina Kutner de Souza nasceu na cidade de São Paulo, em 1938. Durante os anos 1960, adotou o sobrenome Sfat em homenagem à cidade natal de sua mãe.
Seu interesse pelo teatro surgiu quando trabalhava no Centro Acadêmico de Engenharia da Universidade Mackenzie, em São Paulo. Seu primeiro trabalho nos palcos foi na peça Os Fuzis da Senhora Carrar, de Bertold Brechet. O detalhe é que ainda durante os anos 60, trabalhou com dois  importantes grupos de teatro: o Teatro Oficina e o Teatro de Arena de São Paulo. Neste último, atuou na peça Arena Conta Zumbi, de Gianfrancesco Guarnieri. Foi no Arena que conheceu o diretor Paulo José, com quem se casou pouco tempo depois.
Seu primeiro trabalho na televisão foi na novela Ciúmes, transmitida pela TV Tupi, em 1966. Atuou também em produções da TV Excelsior e TV Record. Seu primeiro trabalho na Globo foi na novela Assim na Terra como no Céu, de 1970, mas chamou mesmo a atenção pelo desempenho em Selva de Pedra, de 1972. Passou a fazer parte do casting principal da emissora, atuando ao lado de atores como Francisco Cuoco, Tarcísio Meira, José Wilker e Juca de Oliveira, entre outros. Participou das inesquecíveis Os Ossos do Barão, Fogo Sobre Terra, Gabriela, Saramandaia, O Astro, Os Gigantes, Eu Prometo e Bebê a Bordo.
Dina também foi uma importante atriz de cinema, atuando em filmes de diretores como Ruy Guerra, Bruno Barreto e Joaquim Pedro de Andrade. Sua participação em minisséries famosas conferiram-lhe também o reconhecimento como uma das maiores atrizes dos anos 70 e 80.
Dina descobriu um câncer de mama em 1985, contra o qual lutou durante anos. Apesar da doença, nunca deixou de trabalhar. Chegou a gravar um documentário sobre a União Soviética na época da abertura da perestroika. Escreveu um livro sobre sua luta contra a doença e ainda fez novela: Bebê a Bordo, seu último trabalho na TV.
Dina Sfat faleceu em 20 de maio de 1989. Deixou três filhas – Clara Kutner, Ana Kutner e Bel Kutner –, frutos do casamento de 17 anos com Paulo José. Ana e Bel seguiram a carreira da mãe como atrizes.
Passados praticamente 30 anos de sua morte, ela ainda deixa saudades entre os fãs e todos que admiravam seu trabalho. Se estivesse viva, estaria com toda certeza atuando entre as principais estrelas da Globo. Estaria brilhando aqui na Terra. Sempre brilhando.

Imagem acima: capa da revista Amiga, com Dina Sfat e seu esposo Paulo José

13/07/2018

07 CAPAS PARA VOCÊ LEMBRAR DA ANTIGA REVISTA ILUSÃO



Tentamos fazer uma pesquisa abrangente sobre a revista Ilusão, mas, devido à falta de dados no mundo virtual e dificuldades de acesso aos acervos antigos da publicação, não obtivemos muito sucesso. O que podemos afirmar é que a Ilusão foi publicada pela Editora Abril e tinha como principais concorrentes nas bancas as revistas Contigo! (que, curiosamente, também era da Abril), Sétimo Céu, Grande Hotel e Amiga. Além de notícias sobre os bastidores das telenovelas e fofocas sobre artistas, a Ilusão sempre vinha com uma fotonovela nas últimas páginas. Pôsteres de página dupla de artistas também eram bastante comuns. Veja abaixo algumas capas de Ilusão, com referências a novelas de grande sucesso como Escrava Isaura e Pai Herói.








10/07/2018

TRIBALISTAS, O DISCO QUE RESGATOU A MPB TRADICIONAL



Tribalistas é um trio formado por Marisa Monte, Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes no início dos anos 2000. Com um foco voltado para a MPB tradicional, eles lançaram o primeiro álbum em 2002, com grande aceitação popular.
Com uma capa no estilo “Vik Muniz” (a imagem dos três músicos parece ter sido feita com calda de chocolate), Tribalistas obteve excelente desempenho comercial também no exterior. A música de maior sucesso foi Velha Infância. Mas porque resolvemos mencioná-lo entre os álbuns essenciais do Modas e Manias?
Tribalistas é um álbum essencial por diversos motivos: resgatou a MPB tradicional em meio à onda dominante do sertanejo, marcou o início dos anos 2000 com suas músicas, e, por último, trata-se de um disco de qualidade excelente.
Entre as músicas mais tocadas de Tribalistas, vale lembrar de Velha Infância, É Você, Passe em Casa e Já Sei Namorar. Temos que lembrar que Velha Infância foi uma das músicas mais tocadas no começo da década de 2000. Já Sei Namorar teve um excelente desempenho nos programas de videoclipes, ficando entre as mais solicitadas da antiga MTV.
Temos que lembrar que Tribalistas causou um impacto extremamente positivo entre a crítica especializada, sendo indicado para diversos prêmios. Chegou a ganhar o prêmio da APCA/Associação Paulista de Críticos de Arte como o melhor CD de 2002. No ano seguinte, faturou o Prêmio Multishow de melhor DVD e melhor música.
Com 13 faixas, a maioria de cerca de 3 minutos, Tribalistas entrou para a história da MPB, ao lado de discos “clássicos” como Construção, de Chico Buarque; Chega de Saudade, de João Gilberto; e Acabou Chorare, dos Novos Baianos. Se você gosta de música agradável, não pense duas vezes antes de comprá-lo. Vale a pena.

08/07/2018

POR ONDE ANDA HERMES AQUINO, INTÉRPRETE DE NUVEM PASSAGEIRA?


 
O maior hit do compositor e cantor Hermes Aquino foi Nuvem Passageira, lançada em 1976 e tema da novela O Casarão. Foi uma das músicas brasileiras mais tocadas nas rádios da época. Em virtude dela, Aquino chegou a participar do Globo de Ouro, um programa onde se apresentavam cantores populares como Peninha, Roberto Leal e outros. Mas quem era Hermes Aquino?
Nascido na cidade de Rio Grande, o gaúcho Hermes Aquino tornou-se primeiramente conhecido como compositor. Escreveu músicas para os festivais da canção do período, interpretadas tanto na voz de outros cantores como em sua própria voz. Seu primeiro sucesso como intérprete foi a música Flash, com a qual participou do IV Festival Internacional da Canção.
Curiosamente, Aquino só conseguiu gravar seu primeiro Lp, Desencontro de Primavera, em 1976, pela Tapecar. Cerca de um ano depois, saiu Santa Maria, seu segundo vinil. Mas Aquino se desentendeu com a gravadora e voltou para sua terra natal, onde vive até hoje. Tornou-se compositor de jingles e programador musical de uma rádio de Porto Alegre.
Em 2014, Desencontro de Primavera e Santa Maria foram relançados pelo selo Discobertas.
Como compositor, Hermes Aquino influenciou bandas do porte do Engenheiros do Havaí e Karnak, além dos músicos Kleiton e Kledir. Ele continua trabalhando a todo vapor, compondo jingues e escrevendo artigos para a imprensa local. Suas músicas são tocadas com frequência numa rádio na internet, que, curiosamente possui até uma versão em inglês de Nuvem Passageira.

04/07/2018

A VIDA E A MORTE DE RITCHIE VALENS NA CINEBIOGRAFIA LA BAMBA


 
Os músicos Buddy Holly, The Big Bopper e Ritchie Valens morreram no mesmo acidente de avião, no interior do estado norte-americano de Iowa. Estavam na aeronave pilotada por Holly, que caiu cinco minutos depois em virtude de uma forte nevasca. No local, foi erguido um memorial em homenagem aos três músicos.
Com apenas 17 anos, Ritchie Valens era o mais jovens dos três músicos. Estava no auge da carreira, principalmente em virtude das baladas que misturavam rock com música latina – e sobretudo por causa da canção La Bamba, seu maior sucesso. Foi descoberto pelo presidente de uma gravadora, que assistiu a uma das suas apresentações nos arredores de Los Angeles.
A vida e a trágica morte de Ritchie Valens é tema do filme La Bamba, um grande sucesso dos anos 80. Dirigido por Luiz Valdez, ele ressuscitou o interesse pelos sucessos do cantor. La Bamba, a música que dá nome ao filme, passou a ser tocada com frequência em festas e em casas noturnas. Foi um verdadeiro estouro.
Ritchie Valens foi interpretado pelo ator norte-americano Lou Diamond Phillips e Donna Ludwig, por Danielle von Zerneck. O detalhe é que La Bamba foi o maior sucesso da carreira de Phillips, que continuou fazendo séries e filmes para a TV durante algum tempo, até sair definitivamente de cena (pouco se falou dele ultimamente).
A história de Buddy Holly também foi contada nos cinemas, mas não obteve o mesmo impacto de La Bamba, cuja trilha sonora vendeu bastante na época em que foi lançada. Um lembrete: a música tema foi interpretada pelo grupo Los Lobos.
La Bamba marcou a adolescência de muitos brasileiros, e é possível que tenha marcado a sua também.

02/07/2018

O AMBIENTE POLÍTICO DOS ANOS 70 E A EMANCIPAÇÃO FEMININA EM MALU MULHER



Entre os seriados nacionais produzidos pela Globo no final dos anos 1970, dois entraram para a história da dramaturgia brasileira: Carga Pesada e Malu Mulher. O primeiro dispensa apresentações, quanto ao segundo, nós temos que falar um bocado sobre ele.
Malu Mulher estreou em 24 de maio de 1979 e teve o último episódio exibido em 22 de dezembro de 1980. Foram duas temporadas com 76 episódios. O detalhe é que foi exibido nos finais de noite da emissora. Foi exportado para dezenas de países, conquistando excelente índices de audiência em alguns. Mesmo quando deixou de exibi-lo no Brasil, a Globo continuou oferecendo a história de Maria Lúcia/Malu para emissoras estrangeiras.
Temos que lembrar que a história girava em torno do tema do divórcio, bastante discutido na época. A nova Lei do Divórcio tinha sido discutida à exaustão no Congresso, sofrendo forte oposição da Igreja Católica.
Malu (Regina Duarte) era uma mulher casada que, não suportando as diferenças e as brigas constantes com o marido (Dênis Carvalho), resolve se separar e começar a vida praticamente do zero com a filha Elisa (Narjara Turetta). As dificuldades para efetivar a separação, os conflitos com o agora ex-marido e os problemas financeiros atormentavam Malu.
Malu Mulher tinha como tema de abertura a música Começar de Novo, interpretado pela cantora Simone. Foi idealizado por Daniel Filho e roteirizado por Armando Costa, Euclydes Marinho, Doc Comparato, Manoel Carlos e outros. Contava com um elenco de peso, que incluía, além de Regina Duarte, Dênis Carvalho e Narjara Turetta, atores como Antônio Petrin, Natália do Valle, Elza Gomes, Wanda Lacerda e Ricardo Petraglia.
O sucesso de Malu Mulher foi estrondoso, apesar de todos os apesares. Tanto a crítica quanto o público se apaixonaram pela série. Ela só na agradou a alguns grupos religiosos – como a própria Igreja Católica, como vimos acima – e aos censores do regime militar.
O que também agradou em cheio foi a trilha sonora, apenas com intérprete femininas: Simone, Maria Bethânia, Zezé Motta, Maysa, Joanna, Fafá de Belém, Rita Lee, Elis Regina...
O primeiro episódio de Malu Mulher foi reprisado em junho de 1985, como parte das comemorações pelos 20 anos da Rede Globo. Aparentemente, não teve o impacto inicial. Dez anos depois, voltou a ser reprisado dentro do Festiva 30 anos. Mas se fosse reexibido hoje, ajudaria a entender o ambiente político da década de 70, que incluía a censura, a abertura política e o divórcio. 

29/06/2018

4 GRANDES SUCESSOS DE DIANA ROSS PARA VOCÊ RELEMBRAR


 
Diana Ross tornou-se conhecida do grande público em virtude do grupo Supremes, com o qual cantou durante um tempo. Após sair do grupo, em 1970, ingressou numa carreira solo cujo auge ocorreu entre os anos 70 e 80 do século passado. Figura carismática, fez parcerias com diversos músicos de sua época. O mais famoso dueto talvez tenha sido com o falecido Marvin Gaye. No total, Diana vendeu mais de 100 milhões de cópias de seus álbuns, entre os quais o excelente Touch me in the Morning (sem esquecer a bela trilha do filme Mahonagy, é claro).
Confira abaixo alguns dos mais inesquecíveis sucessos de Diana.




 

26/06/2018

QUANDO O GLOBO COR ESPECIAL ANIMAVA AS NOSSAS MANHÃS



Quando se fala em Globo Cor Especial, a primeira coisa que vem à mente de que foi criança durante os anos 1970 é a música de abertura. É impossível esquecer os versos que começavam com um “Não existe nada mais antigo, do que cowbou que dá cem tiros de uma vez...”.
O Globo Cor Especial fez parte da infância de muita gente, principalmente porque era exibido no final da manhã (lembrando que durante um tempo entrou no ar depois de “clássicos” como Terra de Gigantes e O Túnel do Tempo). E o que isso significa? Que começava justamente quando muitas crianças chegavam da escola ou estavam em horário de almoço e, portanto, costumavam permanecer em casa nesse horário.
O Globo Cor Especial estreou em abril de 1974, mas no período da tarde. Transmitia desenhos como Ligeirinho, Jackson Five e Abbot e Costello. O detalhe é que durante um período curto de tempo também transmitiu seriados, sendo um deles Família Dó Ré Mi. Com o decorrer dos anos, mudou o horário, passando para o meio-dia, e o catálogos de desenhos, dando especial enfoque às produções dos estúdios Hanna-Barbera. Assim, a garotada teve o privilégio de acompanhar Os Flintstones, Scooby Doo, Carangos e Motocas, A Família Adams, Bionicão, Os Jetsons, Manda-Chuva, Tutubarão, Fantasminha Legal e Super Amigos (uma versão da “Liga da Justiça” – com Superman, Batman, Aquaman e Mulher Maravilha, entre outros – produzida pela HB).
A inesquecível vinheta de abertura foi bolada por Joaquim Egydio de Trez Rios, com música composta por ninguém menos que Nelson Motta. O interessante é que o logotipo lembrava em muito o logo de uma marca de cigarros, a John Player Special.
O Globo Cor Especial foi retirado do ar em 1983. A programação infantil da Globo passou desde então a ser transmitida mais cedo, primeiramente com o Balão Mágico e logo depois pelo Xou da Xuxa.
Para matar um pouco a saudade desse que foi um dos programas preferidos da garotada dos anos 70, resolvemos copiar aqui a música de abertura: “Não existe nada mais antigo/Do que cowboy que dá cem tiros de uma vez/A vó da gente deve ter saudades/Do Zing-Pow/Do cinto de inutilidades/No nosso mundo tudo é novo e colorido/Não tem lugar pra essa gente que já era/Morcego velho, bang-bang de mentira/Vocês já eram!/O nosso papo é alegria”.

23/06/2018

PRISCILA E OS SIMPÁTICOS CÃEZINHOS DA TV COLOSSO


 
As crianças dos anos 90 devem se lembrar muitíssimo bem de Priscila, a sheepdog bonachona e simpática do programa TV Colosso.
Como o próprio nome deixa subentendido, a TV Colosso era uma emissora de TV apresentado por um grupo de cãezinhos simpáticos: Walter Gate, Capachildo, Thunderdog... Sem esquecer o operador Borges, e claro, a apresentadora Priscila.
A TV Colosso tinha quadros que faziam referências a diversos programas famosos da TV, entre os quais o Jornal Colossal, que em muitos aspectos parecia um Jornal Nacional canino. O Clip-cão era um programa de videoclipes comandado por um DJ chamado Thunderdog (alguém lembrou do famoso apresentador da MTV?).
Entre os desenhos animados mais populares, vale lembrar de As Aventuras dos Ursinhos Gummi, Snorks, As Aventuras de Mickey e Donald, He-man e She-ra (lembrando que esses dois últimos deram bastante audiência ao Show da Xuxa). A série infantil no estilo “tokusatsu” Power Rangers.
Em novembro de 1996, a TV Colosso exibiu as melhores histórias do Sítio do Pica-pau Amarelo dos anos 70, mas de forma compacta. Isso atraiu os fãs da série inspirada em Monteiro Lobato, bem como a apresentou para os mais jovens.
Durante dois anos, a Globo exibiu especiais como os personagens do programa, entre os quais o TV Colosso Especial 1995, com Priscila e seus amigos interagindo com atores da emissora. Além da apresentadora Xuxa, participaram do programa os humoristas do Casseta e Planeta Urgente e Dedé Santana e Renato Aragão, remanescentes de Os Trapalhões.
A TV Colosso era exibida no horários das 8h às 12h, de segunda a sábado. Permaneceu no ar entre 1993 e 1997.

18/06/2018

O PROFETA, A VIAGEM E OUTRAS NOVELAS ESPIRITUALISTAS DE IVANI RIBEIRO

 
O nome verdadeiro da escritora e novelista Ivani Ribeiro era Cleide Freitas Alves Ferreira.

Cleide Ferreira nasceu na cidade de São Vicente e viveu a maior da vida em São Paulo.

Cleide, ou Ivani, começou sua carreira de roteirista na Rádio Educadora, onde escreveu textos para diversos tipos de programas, incluindo versões para o rádio de filmes e novelas famosas.

A primeira telenovela diária de Ivani foi Corações em Conflito, transmitida pela TV Tupi em 1963. Detalhe: tratava-se de uma adaptação de uma novela de sua autoria escrita para o rádio.

No final da década de 1960, começou a trabalhar para a TV Excelsior, onde chegou a escrever 13 novelas seguidas. Um dos seus maiores sucessos nessa antiga emissora foi A Deusa Vencida.

De volta para a TV, escreveu no início da década de 1970, um dos seus maiores sucessos: Mulheres de Areia. Com Eva Wilma no elenco principal, Mulheres de Areia chegou a incomodar bastante a concorrente Rede Globo em virtude da audiência.

Na segunda metade da mesma década, escreveu duas outras novelas de grande impacto: A Viagem e O Profeta. O detalhe é que ambas tratavam de temas espirituais, que exigiram a assessoria de diversos líderes religiosos, entre os quais o médium Chico Xavier.

A Viagem e O Profeta provocaram tamanho impacto que inspiraram outras novelas de temática espírita nas emissoras concorrentes, sendo uma das primeiras O Todo Poderoso, escrita por Carlos Lombardi, Nei Marcondes e Edi Lima, e levada ao ar entre 1979 e 1980.

A trama de A Viagem foi inspirada nos livros Nosso Lar e A Vida Continua, ambos escritos pelo médium Chico Xavier. Convém lembrar que Nosso Lar foi também levado aos cinemas durante os anos 2000.

A Viagem contou com um elenco de grande peso – e que pouco tempo seria contratado pela Globo: Eva Wilma, Tony Ramos, Ewerton de Castro, Irene Ravache, Cláudio Correa e Castro, Carlos Alberto Riccelli, Kadu Moliterno e Rolando Boldrin.

O Profeta também teve um elenco de peso. Além de Carlos Augusto Strazzer, trabalharam na trama nomes como Rolando Boldrin, Cláudio Correa e Castro, Débora Duarte, Márcia de Windsor, Irene Ravache, John Herbert, Ana Rosa, Walter Forster e Heber Camargo, que fez uma pequena ponta.

Também com uma trama espírita, a novela O Profeta ajudou a alavancar a carreira do cantor Antônio Marcos em virtude da música Quem dá Mais?.

A Viagem e o Profeta não foram as únicas novelas com temática religiosa de Ivani Ribeiro. Antes, ela tinha escrito O Terceiro Pecado, levada ao ar pela TV Excelsior.

Combalida em virtude dos problemas financeiros – e desesperada para angariar audiência –, a Tupi reprisou O Profeta em 1980. Infelizmente, a emissora entraria em falência pouco tempo depois.

Carlos Augusto Strazzer ganharia o troféu de melhor ator de 1977 dado pela APCA, Associação Paulista de Críticos de Arte, em virtude da sua interpretação em O Profeta.

Ivani Ribeiro transferiu-se para a Globo no início dos anos 80. Sua primeira novela na emissora foi Final Feliz, transmitida em 1982.

Na Globo, Ivani escreveu uma novela espiritualista chamada O Sexo dos Anjos, em que conta a história de amor entre um anjo e um mortal.

Na Globo, Ivani reescreveu as novela Mulheres de Areia, A Viagem e O Profeta. O maior sucesso foi a nova versão de A Viagem, com Cristiane Torloni no papel que foi de Eva Wilma, e Antônio Fagundes no papel antes interpretado por Altair Lima.

A nova versão de A Viagem foi vendida para diversos países, além de reprisada em Vale a Pena Ver de Novo. Chegou também a ser transmitida no canal de flash backs Viva.

Ivani Ribeiro faleceu em 1995, aos 73 anos, em virtude de problemas renais decorrentes de uma diabetes.

15/06/2018

7 CAPAS DA REVISTA AMIGA, UMA DAS PRINCIPAIS PUBLICAÇÕES DA EDITORA BLOCH



Fundada por Adolpho Bloch, a Bloch editores publicava diversas revistas de grande circulação, entre as quais Manchete, Pais e Filhos, Fatos e Fotos e Amiga.
Conhecida também como Amiga TV Tudo, a revista Amiga era basicamente uma publicação sobre os bastidores da TV e fofocas sobre artistas. Tinha entre suas principais concorrentes a Contigo! e a Sétimo Céu.
A Amiga deixou de ser publicada em 1997, juntamente com outros títulos da Bloch.
Seguem abaixo algumas capas inesquecíveis, a maioria com artistas que deixaram inúmeras saudades, entre os quais Jardel Filho, Clara Nunes e Lauro Corona.








11/06/2018

DE COMPOSITOR DE JINGLES A MÚSICAS POPULARES: A RICA TRAJETÓRIA MUSICAL DE ZÉ RODRIX



Uma das músicas de maior sucesso do cantor e compositor Zé Rodrix foi Quando Será?, em que ele repete: “Quando será, quando será/O dia da minha sorte/Sei que antes da minha morte/Eu sei que esse dia chegará”. Lançada em 1977 no disco de mesmo nome, ela é ainda hoje lembrada pelos seus fãs. Mas temos que lembrar que Quando Será? não foi o único sucesso de Rodrix.
Zé Rodrix não atuou apenas em carreira solo. Ele gravou em parceria com Sá e Guarabira e no grupo Joelho de Porco. Foi também integrante das bandas Momentoquatro e Som Imaginário.
José Rodrigues Trindade nasceu no Rio de Janeiro em 1947 e faleceu em São Paulo, em 2009. Iniciou a carreira ainda na adolescência, com o grupo Momentoquatro, formado por amigos de colégio. Com ele, acompanhou diversos cantores em shows e apresentações em festivais da canção (lembrando que um desses músicos foi Edu Lobo). Mais tarde, passou a tocar no Som Imaginário, um grupo de acompanhava o cantor Milton Nascimento em suas apresentações.
O reconhecimento como cantor começou quando formou com os músicos Luiz Carlos Sé e Gutemberg Guarabyra o trio Sá, Rodrix e Guarabyra na década de 70. Em 1973, resolveu lançar carreira solo, tocando em shows de músicos variados e shows próprios. Foram oito discos-solos, sendo um deles o já citado Quando Será?.
Durante os anos 80, Zé Rodrix fez parte do grupo Joelho de Porco. Mas ele se tornou querido no meio artístico e publicitário por um motivo bem especial: era um excelente compositor de jingues e trilhas sonoras. Entre 89 e 96, por exemplo, compôs as trilhas de várias espetáculos, entre os quais Não Fuja da Raia, estrelado pela atriz Cláudia Raia.
No início dos anos 2000, voltou a se apresentar com a dupla Sá e Guarabyra, inclusive no mega-festival Rock in Rio. Mais tarde, lançou um single em parceria com a mesma dupla, para a novela Revelação, do SBT. Aliás...
Rodrix compôs gravou trilhas para diversas novelas, entre as quais Cambalacho, O Espigão e Corrida do Ouro. Mas...
Em 22 de maio de 2009, Zé Rodrix sofreu um ataque cardíaco fulminante. Chegou a ser levado às pressas para o hospital, onde veio a falecer. Deixou um vazio imenso na história da MPB, pois não era apenas autor de músicas populares, mas de canções para todo tipo de espetáculo, seja da TV, cinema ou palco.

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08/06/2018

KARATE KID, O MEGA SUCESSO DOS ANOS 80 QUE ATRAVESSOU GERAÇÕES



É difícil de acreditar, mas o filme Karate Kid é ainda hoje reprisado na sessão da tarde. Caso você não lembre, ele estreou no Brasil em setembro de 1984.
Com Ralph Macchio e Pat Morita no elenco principal, Karate Kid foi lançado nos cinemas, fitas VHS, DVD e blu-ray. Foi ainda exibido em diversos canais por assinatura, além de reprisado exaustivamente na Globo.
Karate Kid foi bem recebido pelo público quando chegou aos cinemas. Embora não tenha deixado nenhum crítico maravilhado, também foi bastante elogiado nos jornais. Além da história simples (lembrando que se trata de um filme para adolescentes do tipo “high school”). Como consequência, criou um modismo em torno das artes marciais. Levou milhares de jovens a procurarem aulas de artes marciais orientais em suas cidades. Diversos produtos – de capas de cadernos a jogos eletrônicos, passando pelas figuras de ação – com os personagens foram lançados no mercado.
Karate Kid conta as dificuldades do jovem Daniel Larusso (Ralph Macchio) para se adaptar a uma nova cidade após de mudar para lá com a mãe. As coisas se tornam ainda mais difíceis quando conhece uma garota por quem se apaixona, é correspondido e... tem que encarar o ex-namorado ciumento dela! Um verdadeiro casca-grossa! Atormentado pelo sujeito, procura a ajuda do senhor Miyagi (Pat Morita), um idoso de origem japonesa que o livra de uma gangue. Determinado a torná-lo um faixa preta em artes marciais, o senhor Miyagi transmite os seus conhecimentos quase diariamente para Daniel. Chamava a atenção os seus métodos, que incluía atividade comuns do cotidiano do rapaz.
A boa recepção de Karate Kid pela crítica levou Pat Morita a concorrer ao Oscar e Globo de Ouro de melhor ator coadjuvante de 1985. Inspirou também os produtores a lançar duas sequências ainda nos anos 80 e uma nova história durante os 90 (Ralph Macchio foi substituído por Hillary Swank). Um remake foi produzido em 2010, com Jackie Chan no lugar de Morita e Jaden Smith substituindo Macchio.

05/06/2018

SAUDADES DO ETERNO "TRAPALHÃO" ZACARIAS


 
O programa e os filmes do quarteto Os Trapalhões fizeram um sucesso estrondoso durante os anos 1970 e 1980. Tanto é verdade que alguns das produções de maior bilheteria da história do cinema brasileiro têm Didi, Dedé, Mussum e Zacarias como protagonistas. Os Trapalhões nas Minas do Rei Salomão, de 1977, teve um público estimado em 5,7 milhões de pessoas.
Com seu jeito infantil e ligeiramente delicado (sem nenhuma conotação homossexual, é claro), o trapalhão Zacarias era um dos mais queridos das crianças. Foi interpretado pelo comediante Mauro Faccio Gonçalves, nascido na cidade mineira de Sete Lagoas, em 1934.
Nascido numa família de 11 irmãos, Mauro trabalhou como vendedor de sapatos antes de ingressar no rádio. O primeiro programa de rádio em que trabalhou foi Em Babozal Era Assim, da Rádio Cultura de Sete Lagoas. Tentou ganhar a vida em Belo Horizonte, onde exerceu a função de bancário, mas teve a vida inteiramente mudada com o convite feito por Walter Franco para a TV Excelsior do Rio de Janeiro.
Apesar da timidez diante das câmeras, Mauro interpretou muito bem seus personagens. Um deles era o garçom Moranguinho, inspirado num personagem da sua cidade de origem. Com a ampla aceitação pelo público, recebeu outro convite tentador: imigrar para a Rede Record, onde fez parte do elenco de programas como A Praça da Alegria. Foi aí que chamou a atenção do comediante Renato Aragão, que logo o chamou para integrar o quarteto Os Trapalhões.
O personagem Zacarias possuía uma risada bem característica, assim como usava uma peruca que escondia sua calvície. Conquistou o público logo na estreia em Os Trapalhões, ocorrida em 1976.
Além de participar do programa dominical da Rede Globo (Os Trapalhões era exibido sempre antes do Fantástico), Zacarias foi protagonista de inúmeros filmes da trupe: O Rei e os Trapalhões, Os Trapalhões no Planalto dos Macacos, Os Saltimbancos Trapalhões, Os Trapalhões na Serra Pelada...
Mauro trabalhou com Renato Aragão, Dedé Santana e Antônio Carlos Gomes (o Mussum) até 1990, quando faleceu. Deixou uma saudade indescritível entre os fãs, que ainda hoje acompanham as reprises de Os Trapalhões e dão risada com suas imitações, seu jeito simples de fazer humor e sua personalidade carismática.