07/05/2010

1988: GEORGE MICHAEL CONQUISTA AS PARADAS DE SUCESSO


George Michael, ou Geórgios Kyriácos Panayiótou, foi uma das personalidades mais adoradas de 1988. O motivo é simples: George foi, ao lado de Whitney Houston, Debbie Gibson e Rick Astley, um grande vendedor de discos naquele ano. Cinco músicas por ele interpretadas estiveram entre as 100 mais de revista Bilboard. Os brasileiros, em especial, devem lembrar de hits como One More Try, Faith e Father Figure – todas de Faith, o primeiro álbum solo lançado em 1987.
Geórgios Kyriácos (George Michael era pseudônimo) nasceu em Londres, capital do Reino Unido, em 1963. Conheceu o estrelato na banda Wham! (assim mesmo, com o ponto de exclamação), formada em parceria com o amigo de colégio Andrew Ridgeley. O Wham! emplacou diversos sucessos, como Everything She Wants e Wake Me Up Before you Go-go. Além de Faith, os outros álbuns solos de Michael foram Listen Without Prejudice, Older, Songs from the Last Century e Patience – todos de estúdios.
Uma das músicas mais ouvidas de 1988, tanto no Brasil como no exterior, foi Faith. Por aqui, também ouviu-se muito Cazuza e Banda Reflexus. Cazuza fez o Brasil inteiro escutar Ideologia e Faz Parte do Meu Show até a exaustão. A Banda Reflexus manteve apenas uma música nas paradas: Madagascar.
Portador do vírus HIV e com a Aids em estágio avançado, Cazuza foi uma personalidade muito comentada em 1988. Quem também deu muito o que falar foram os atletas Ben Johnson, Aurélio Miguel, Mike Tyson e Ayrton Senna. O canadense Ben Johnson provocou escândalo nos jogos olímpicos de Seul ao ser flagrado no exame anti-doping. O brasileiro Aurélio Miguel ganhou um ouro para o judô brasileiro e se transformou em ídolo popular da noite para o dia. Mike Tyson foi um dos maiores lutadores de boxe dos anos 80, 90, de todos os tempos. Não é preciso dizer muito dele. Idem Ayrton Senna. Campeão Mundial de Fórmula 1, Senna foi e ainda é o maior orgulho dos brasileiros na categoria.
Em 1988, São Paulo elegeu a primeira mulher para a prefeitura da cidade: Luiza Erundina. Os olhos dos homens, no entanto, estavam voltados para uma garota chamada Luma de Oliveira. Luma foi estrela da TV, rainha do carnaval e musa da revista Playboy. Poucas mulheres posaram tantas vezes para a Playbou quanto ela.
As atenções de outra parte do Brasil estavam voltadas para um político alagoano chamado Fernando Collor de Mello, que ganhou a alcunha de Caçador de Marajás. Collor foi assunto de reportagens do Jornal Nacional e outros noticiosos, passando sempre a imagem de político que não tolerava a corrupção e os altos salários do funcionalismo público.
Em 1988, o Brasil inteirou dançou ao som das músicas dos filmes La Bamba e Dirty Dancing – este último com Patrick Swayze. Os brasileiros foram em massa aos cinemas assistir Atração Fatal, um filme de suspense com Michael Douglas e a loira Glenn Close. Atração Fatal fez sucesso nas telas dos cinemas e nas locadoras de fitas VHS. Os Garotos Perdidos, um filme sobre vampiros estrelado pelo jovem Kiefer Sutherland conquistou a platéia adolescente. Corra que a Polícia Vem Aí, com o engraçadíssimo Leslie Nielsen, foi uma das comédias do ano. Corra que a Polícia… gerou diversas continuações, sempre com Nielsen no elenco. O clássico O Último Imperador, de Bernardo Bertolucci, acabou abocanhando o Oscar. Nenhum filme, porém, chegou aos pés de Uma Cilada para Roger Rabitt. Misturando recursos de animação com atores reais, Uma Cilada Para Roger Rabbit gerou um grande número de produtos, de cadernos a figurinhas. Ele foi reprisado na TV durante anos. Uma Cilada para Roger Rabbit foi para 1988 o que E.T., o Extraterrestre foi para 1982.
Que George Michael me desculpe, mas não houve nada que se assemelhasse à lambada naquele final de década. A lambada foi o principal modismo de 1988. O estilo foi exaustivamente tocado nas rádios, TVs e danceterias Brasil afora. Da segunda metade da década de 80 ao início dos anos 80, quando o pagode romântico tomou as paradas, o que mais se ouviu foi Kaoma, Margareth Menezes e, principalmente, Beto Barbosa. Até o cigano Sidney Magal (que adotou o pseudônimo de Magal) entrou na onda da lambada.
Como dá para perceber, George Michael fez sucesso nas rádios e nos antigos toca-discos, não nas pistas de dança. Outro estilo que fez os jovens balançarem o esqueleto foi o house. Quem frequentou casas como Up & Dow (em São Paulo) e Ilha de Capri (no ABC), deve lembrar das batidas repetitivas do house. Apesar de ter surgido nos Estados Unidos – provavelmente na cidade de Chicago – no início da década, o estilo só virou mania entre o final dos anos 80 e início dos 90.
Rádios como Cidade, Jovem Pam e Transamérica tocaram muitas músicas de George Michael. Na TV, porém, quem monopolizou a atenção foram os grupos infantis. Saídos do antigo Balão Mágico, os cantores-mirins Jairzinho e Simoni dividiram os holofotes e as câmeras com grupos como Abelhudos e Trem da Alegria.
O presidente da República era José Sarney. O principal fato de 1998 foi, sem dúvida, as olimpíadas de Seul, na Coréia do Sul. O mundo inteiro noticiou a morte do seringueiro e ecologista Chico Mendes. Confrontos entre exército e manifestantes na Companhia Siderúrgica Naciona, Volta Redonda, deixaram três mortos. O Brasil, enfim, ganhou uma nova Constituição. Promulgada em alta voz por Ulisses Guimarães, a Constituição prometia mais igualdade de direitos, liberdade e democracia.
O Brasil acompanhou os últimos programas do Velho Guerreiro Chacrinha. Abelardo Barbosa faleceu em junho, deixando um imenso vazio na TV brasileira. Os programas de humor mais assistidos na TV foram A Praça da Alegria (uma versão global de A Praça é Nossa, do SBT) e Chico Anysio Show. Tarcísio Meira e Glória Menezes tiveram um programa só deles. O nome? Tarcísio e Glória, obviamente. O seriado norte-americano Alf, o ETeimoso teve grande aceitação entre os jovens.
Xuxa já era conhecida como a Rainha dos Baixinhos. Mini-saias inspiradas nas de Xuxa tomaram as ruas.
É impossível falar de 1988 sem mencionar a novela Vale Tudo. De autoria de Gilberto Braga, Vale Tudo foi uma novelas de maior audiência de todos os tempos. Se os fãs de O Astro (escrita por Janete Clair nos anos 70) perguntavam quem matou Salomão Ayala, os de Vale Tudo indagavam quem era o assassino da megera Odete Roitman. O suspense foi mantido até o início de 1989, quando o criminoso (ou a criminosa) foi finalmente revelado.

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